A partir desta quinta-feira, 25 de junho, e até 1 de julho, o Doclisboa regressa ao Cinema Ideal com o ciclo “7.DOC”, para mostrar alguns dos filmes mais marcantes que marcaram presença na edição 2019 de festival.
Este ciclo recupera parte da programação pensada para o “6.DOC”, com cinco filmes anunciados, aos quais se juntam agora mais três produções, cujas sessões serão acompanhadas por conversas com ilustres convidados.
Confira as datas e os títulos agendados, com todas as sessões a terem início sempre a partir das 21:30h:
25 de Junho – “A Story from Africa”, de Billy Woodberry
Na sequência da resolução da Conferência de Berlim de 1885 quanto à divisão de África, o exército português usa um oficial talentoso para registar a ocupação efectiva do território conquistado em 1907 ao povo cuamato, no sul de Angola. A Story from Africa dá vida a este arquivo fotográfico raramente visto através da história trágica de Calipalula, o fidalgo cuamato que foi decisivo no desenrolar dos eventos desta campanha de pacificação portuguesa.
25 de Junho – “Sonhámos Um País”, de Camilo de Sousa e Isabel Noronha
No início dos anos 70, Camilo de Sousa saiu de Lourenço Marques, Moçambique, andou pela Europa, juntou-se aos guerrilheiros da Frelimo e tornou-se cineasta. Hoje, a viver em Portugal, regressa a Moçambique para reencontrar dois camaradas de armas. Com Aleixo Caindi e Julião Papalo ele rememora tempos antigos, quando a alegria da libertação deu lugar aos tempos negros em que a procura do ‘homem novo’ veio destruir os sonhos e as ilusões de um país.
26 de Junho – “Un Film Dramatique”, de Eric Baudelaire
O que estamos a fazer em conjunto? Uma pergunta recorrente para os estudantes do grupo de cinema da escola de Dora Maar e para Éric Baudelaire, que trabalhou com eles durante quatro anos, a partir da sexta classe. Responder a esta questão política, que envolve representações de poder, violência social e identidade, levou-os a procurar uma forma cinematográfica que faça justiça à singularidade de cada estudante, mas também à substância do grupo.
27 de Junho – “143 Rue du Désert”, de Hassen Ferhani
No meio do Saara argelino, uma mulher escreve a sua história. Acolhe camionistas, seres errantes e sonhos para um cigarro, um café ou uns ovos… Chama-se Malika.
28 de Junho – “Santikhiri Sonata”, de Thunska Pansittivorakul
(Grande Prémio Cidade de Lisboa Para Melhor Filme da Competição Internacional – Doclisboa’19)
O filme foi rodado numa zona chamada Santikhiri, que significa “a colina da paz”. Após a chegada ao poder do governo do general Prem, nos anos 1980, foi tudo – drogas, comunismo, corrupção, tráfico humano e pessoas apátridas – suprimido por completo, para promover a ordem e a paz. “Quando era miúdo, a TV estava cheia de propaganda, inculcando na cabeça das pessoas que o governo militar protegia o país de várias ameaças. A ilusão e o orgulho inabaláveis no facto de o país nunca ter sido colonizado moldaram com sucesso o nosso nacionalismo cego.” (Thunska Pansittivorakul)
29 de Junho – “This Film Is About Me”, de Alexis Delgado Búrdalo
Renata e Alexis estão a fazer um filme juntos. Ela é uma colaboradora fascinante e carismática, pronta a actuar sempre que Alexis a vem visitar na penitenciária a que chama casa. No entanto, Renata não está tão inclinada a discutir o homicídio que a levou para lá. Um retrato assombroso e criativo do arrependimento.
30 de Junho – “?? 61. La Verdad Interior”, de Sofía Brito
?? 61. La Verdad Interior revela o processo de criação de TELEMUNDO , um filme colaborativo realizado por James Benning e protagonizado por ele e Sofía Brito. É uma viagem, uma entrevista. O vínculo entre um realizador de cinema com um grande percurso e uma jovem actriz, que se lança a retratar o processo criativo que se estabelece entre ambos. Um filme-ensaio na qual estes dois seres encontram formas de ultrapassar as barreiras da língua.
1 de Julho – “Um Filme de Verão”, de Jo Serfaty
(Menção Especial – Doclisboa’19)
Durante o Verão, Karol, Junior, Ronaldo e Caio estão no último mês de aulas numa escola pública do Rio de Janeiro. Quando as férias chegam, a temperatura alcança 40 graus. Imersos nos fios emaranhados que cobrem o céu da favela e os súbitos apagões, estes quatro jovens são afectados pela crise da cidade e reinventam-se diante da adversidade.