Depois de “Raiva” (2018), o realizador luso-brasileiro Sérgio Tréfaut está de volta à ficção com um novo projeto intitulado “A Noiva“, inspirado em histórias reais de raparigas que se juntaram a combatentes pelo autoproclamado Estado Islâmico.
Em declarações à agência Lusa, o cineasta explicou que irá rodar o filme a partir de dezembro, no Curdistão, com uma equipa de filmagem local, e no Iraque, em algumas zonas destruídas de Mossul, palco de violentos confrontos em 2016 e 2017 entre forças iraquianas e jihadistas.
“A Noiva” é sobre uma adolescente europeia, de famílias cristãs, e que, segundo a sinopse divulgada “foge de casa para casar com um guerrilheiro do Estado Islâmico. Torna-se uma noiva da Jihad. Três anos mais tarde a sua vida mudou dramaticamente. Vive num campo de prisioneiros no Iraque. É mãe de dois filhos e está gravida outra vez. É viúva de dois jihadistas e será brevemente julgada em tribunal”.
“Não tenho nenhum interesse particular na questão dos extremismos. Fui estudando o que se disse sobre os grupos de pais de jihadistas que foram embora e não entendiam o que tinha acontecido aos filhos. Eu tenho uma visão que não é nada religiosa ou política sobre a história. É tentar entender aqueles adolescentes que escorregaram na casca da banana.”
– referiu Tréfaut à Lusa.
Ainda na fase de escolha da protagonista, o realizador explicou que passou um ano a fazer trabalho de pesquisa, leituras e visionamento de reportagens, e que “depois adapto à minha maneira de fazer ficção, que nada tem de reportagem, é bastante conceptual”.
O filme tem um orçamento estimado em 1,4 milhões de euros, apoiado financeiramente por Portugal e coprodução com França e Alemanha.