De acordo com um comunicado emitido pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, que anualmente premeia as melhores produções do ano na cerimónia dos Óscares, o ator Bill Cosby (80 anos) e o realizador Roman Polanski (84 anos) foram expulsos da sua lista de membros por envolvimento em alegados casos de abuso sexual e violação.
A decisão foi tomada na passada terça-feira numa reunião do Conselho de Governadores e divulgada esta quinta-feira, alegando que “a expulsão foi feita de acordo com o código de conduta”, adotado em dezembro do ano passado pela Academia, após a expulsão do produtor Harvey Weinstein acusado de abuso e assédio sexual.
Na semana passada, por ter drogado e abusado sexualmente de uma funcionária da Universidade de Temple, em 2004, Cosby foi considerado culpado e poderá enfrentar até 30 anos de prisão. O caso de Polanski remonta à década de 1970, quando foi acusado de ter violado uma jovem de 13 anos, sendo posteriormente acusado por outras mulheres. Apesar de tudo, o realizador de origem polaca venceu um Óscar em 2003 por “O Pianista”, mas não compareceu à cerimónia por estar impedido de entrar nos EUA sob pena de ser preso.
O comunicado explica que “O Conselho continua a encorajar padrões éticos que exigem que os membros defendam os valores da Academia de respeito pela dignidade humana”. O novo código de conduta estipula que a Academia não é lugar para “pessoas que abusam dos seus estatutos, poder ou influência de uma forma que viola os padrões da decência”.
A revisão do código de conduta deu poder à Academia para suspender ou expulsar todos os que o violarem e “comprometerem a integridade” da organização. Esta foi a primeira decisão tomada pela Academia, desde a revisão do código de conduta em dezembro de 2017, logo após ter rebentado o escândalo de abusos sexuais que envolveram o produtor Harvey Weinstein, que acabaria também por receber ordem de expulsão.
Da lista de membros da Academia que incluem mais de 8400 nomes ligados à indústria cinematográfica de Hollywood e até à expulsão de Weinstein, apenas um tinha sido expulso. Foi em 2004 e envolveu o ator Carmine Caridi, expulso por ter emprestado DVDs de filme nomeados para os Óscares e que acabaram por ser divulgados online.