Lucrecia Martel foi nomeada presidente do júri da 76ª edição do Festival de Cinema de Veneza que vai decorrer entre os dias 28 de agosto a 7 de setembro. A realizadora argentina vai liderar o júri que irá premiar os melhores filmes com os Leões de Ouro e Prata do festival, mas ainda não são conhecidos os restantes membros.
Alberto Barbera, o chefe de Veneza, elogiou Martel como “a realizadora feminina mais importante da América Latina e uma das principais realizadoras do mundo”, acrescentando que conquistou esse estatuto com apenas “quatro longas-metragens e um punhado de curtas” em menos de 20 anos. “Nos seus filmes, a originalidade da sua pesquisa estilística e a sua meticulosa mise-en-scène estão ao serviço de uma cosmovisão livre de compromissos, dedicada a explorar os mistérios da sexualidade feminina e a dinâmica de grupos e classes”, disse Barbera.
“É uma honra, uma responsabilidade e um prazer fazer parte desta celebração do cinema e do imenso desejo da humanidade entender-se”, disse Martel, que no ano passado apresentou nos nossos cinemas a coprodução nacional “Zama”, filme que explora o colonialismo e o racismo na América Latina do século 18, e que se estreou em Veneza, fora de competição, em 2017.
Sendo um dos eventos mais antigos, o Festival de Cinema de Veneza tornou-se nos últimos anos um trampolim para a temporada de prémios, quer para estúdios de Hollywood e filmes independentes. Os mais recentes presidentes do júri incluem Sam Mendes, Annette Bening e Guillermo Del Toro.
Na edição deste ano, o Festival de Veneza vai homenagear a atriz britânica Julie Andrews e o realizador espanhol Pedro Almodóvar, com o prémio de carreira.