Na próxima quinta-feira, 17 de fevereiro, chega aos cinemas nacionais o drama “Caixa de Memórias” (Memory Box), um filme realizado por Joana Hadjithomas e Khalil Joreige, dupla de cineastas libaneses, que têm vindo a trabalhar a questão da memória na criação de imagens e os processos emocionais associados aos traumas de guerra.
O filme é vagamente baseado nos cadernos, gravações e as fotos que a corealizadora enviava à sua melhor amiga, depois de esta partir do Líbano. Depois de perder o contacto, reencontrou-a 25 anos depois e recuperou todo material, que traz à luz memórias da vida em Beirute nos anos 80, durante grande parte da Guerra Civil no Líbano, e que, ao mesmo tempo, conta uma catártica história de aceitação de três gerações de mulheres.
O drama muda habilmente entre gerações e tempo para explorar os traumas infligidos pela guerra civil, com a ação a ter início nos dias atuais em Montreal, onde Alex (Paloma Vauthier) vive com a sua mãe Maia (Rim Turki) e a sua avó Teta (Clemence Sabbagh). Numa véspera de Natal, chega de França uma enorme caixa de diários, cadernos, fitas cassete e fotografias, tudo memorabilia que Maia enviou de Beirute para a sua amiga Liza em Paris enquanto a guerra civil libanesa dos anos 1980 estava no auge.
Com medo das lembranças dolorosas e dos longos segredos submersos que o material pode revelar, e numa derradeira tentativa de enterrar mais uma vez o passado. Maia recusa-se a abrir esta “caixa de Pandora”, mas Alex, trancada em casa devido a uma tempestade de neve, acaba por, às escondidas, vasculhar a caixa de memórias da mãe, descobrindo a adolescência conturbada de Maia (interpretada por Manal Issa) durante a guerra em Beirute.
Distribuido em Portugal pela Leopardo Filmes, “Caixa de Memórias” foi exibido no Festival de Cinema de Berlim, como parte integrante da competição oficial pela conquista do Urso de Ouro. Assista ao trailer legendado.