Nos próximos sábados, 23 e 30 de outubro, às 16:00h, o Odisseia exibe em exclusivo em Portugal “Expedição ao Ártico: Um Ano no Gelo” (Arctic Drift: A Year in the Ice), o relato imprescindível e alarmante do impacto das alterações climáticas na região e em todo o mundo, um programa que chega ao canal depois de terem sido divulgados os resultados preliminares da maior e mais importante expedição científica jamais enviada ao Pólo Norte.
Após 10 anos de planificação, uma equipa internacional de 300 cientistas de 20 países embarcou no quebra-gelo alemão Polarstern para recolher os dados necessários para compreender pela primeira vez como é que esta paisagem dinâmica e enigmática regula as temperaturas e o clima em todo o planeta.
Esta coprodução do Odisseia retrata o resultado da investigação desenvolvida num dos ambientes mais duros do planeta, e mais afastados da civilização do que a Estação Espacial Internacional, acompanhando durante um ano, os desafios que enfrenta a expedição MOSAiC, na sua busca de respostas no gelo marinho, no oceano e na atmosfera.
“No último ano expandimos os limites do que é possível em termos de exploração do Ártico, quebrando vários recordes. Redefinimos a paisagem para o futuro da pesquisa no Ártico. Conseguimos bastante e parece-me justo dizer que a expedição constitui, e continuará a representar por muito tempo, um patamar histórico na pesquisa polar. Voltámos com um tesouro de dados e amostras que mudarão para sempre a pesquisa do clima”, refere Marcus Rex, cientista e líder da expedição MOSAIC.
Segundo o canal, os preciosos dados da expedição MOSAIC demorarão alguns anos a serem integralmente processados, mas a constatação mais imediata da missão foi o degelo no Ártico, os cientistas descobriram que a espessura da calota polar está ainda menor do que se pensava e isso afeta até as estações do ano – o verão no ártico começa antes e dura mais.
O Ártico está a aquecer mais depressa do que qualquer outro local do planeta e, no verão, o gelo marinho cobre apenas metade da superfície que ocupava há 40 anos. Um Ártico sem gelo teria consequências desastrosas para o resto do planeta, ao provocar a subida do nível do mar, tempestades catastróficas e ao alterar o nosso clima, com ondas extremas de calor e de frio. Para os cientistas o ponto crítico para o aquecimento global irreversível pode já ter sido ultrapassado e com ele as previsíveis consequências em cascata para o planeta.