É com um objeto ambivalente, entre a ambiência plácida e uma visceralidade inquietante, que a chilena Manuela Martelli faz a sua estreia na longa-metragem, fincando os pés atrás da câmara depois de uma já notável carreira de atriz.
Dirige a brilhante Aline Küppenheim no papel de Carmen, uma mulher casada e bem estabelecida que, em visita à sua casa de Verão, se vê arrastada para a luta política quando o padre local lhe pede ajuda a cuidar de um resistente ferido.
Um drama conjugal tépido transforma-se em thriller político, arrepiante na contraposição do conforto conformista com o terror da oposição ao regime de Pinochet, no Chile de 1976.