O filme “Douce France“, a primeira longa-metragem de Geoffrey Couanon, venceu o “Grande Prémio Ambiente – Câmara Municipal de Seia”, o prémio máximo da Competição Internacional de Longas-Metragens da 27ª edição do CineEco – Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela, que terminou no passado sábado (16) em Seia, no distrito da Guarda.
Segundo a organização, a obra de Couanon “retrata a aventura ecológica e social de um grupo de jovens estudantes sobre o polémico projeto de construção de um complexo comercial – EuropaCity – na sua terra-natal”, descrevendo-a ainda como “um filme-documentário revelador, que nos leva a refletir sobre os nossos próprios modelos de consumo, a produção agrícola e as escolhas que tomamos, ou não, na nossa comunidade.”
Ainda na mesma secção competitiva,“Arica”, de Lars Edman e William Johansson Kalén, conquistou o “Prémio Antropologia Ambiental – Zurich Seguros”, e a menção honrosa foi atribuída a Svetlana Rodina pelo filme “Ostrov – Lost Island“.
Na Competição Internacional de Curtas-Metragens, “Flight to Earth“, de Ignacio Rodó, arrecadou o “Prémio Turistrela”, enquanto o “Prémio Educação Ambiental – Associação Mares Navegados” foi para a animação “#fishingtheplastic”, da realizadora Marina Lobo.
Na secção competitiva destinada a filmes e documentários em Língua Portuguesa, Márcia Paraíso e Francisco Colombo com o documentário “Sobre Sonhos e Liberdade“, levaram para casa o “Prémio Camacho Costa – Lipor”, na categoria longa-metragem. Já o prémio de curta-metragem foi para “Oso”, uma produção de Bruno Lourenço. As Menções Honrosas ficaram para “A Nossa Terra, o Nosso Altar”, de André Guiomar, e “A Mala”, de Diogo Pereira e Angelizabel Freitas, respetivamente nas categorias de longas e curtas-Metragens.
As séries e reportagens televisivas também estiveram em competição e o vencedor foi “Vert de Rage, du Charbon Dans les Poumons“, um documentário francês de Martin Boudot. Nesta categoria, o júri decidiu atribuir menções honrosas a “O Lado Negro do Azeite“, de Sandra Cóias e Pedro Rego, “Des Legumes Dans la Ville”, de Aurelien Francisco Barros, e “Migradores de Longa Distância – Entre o Tejo e o Ártico”, de Pedro Miguel Ferreira e Joaquim Pedro Ferreira.
Portugal, França e Espanha foram os países com maior representação cinematográfica na Competição Oficial da 27ª edição do CineEco que decorreu na Casa Municipal da Cultura de Seia, entre 9 e 16 de outubro, num ano em que a produção europeia e nacional provou a sua grande vitalidade na abordagem diversa e crítica sobre as temáticas ambientais.
A organização do mais antigo festival de cinema ambiental do mundo, refere ainda que este ano recebeu 93 filmes de mais de 20 países, uma edição marcada pelo regresso do público às salas de cinema, com todas as sessões praticamente esgotadas ainda que tivessem sido salvaguardadas todas as regras de segurança e higiene recomendadas pela Direção-Geral de Saúde.
O CineEco em Seia fechou as portas ao grande ecrã este sábado, mas parte em itinerância pelo país já nos próximos meses por associações, teatros, universidades e auditórios. A próxima edição do Festival já data marcada e irá realizar-se entre 8 e 15 de outubro.