Com distribuição da Alambique Filmes, os cinemas nacionais vão acolher na próxima quinta-freira, 22 de julho, a estreia de “Gunda“, o mais recente documentário do cineasta russo Victor Kossakovsky que, depois de “Aquarela: A Força da Natureza“, propõe-nos um universo moral radicalmente recalibrado, onde encontros com uma mãe porca (a epónima Gunda), duas vacas astuciosas e uma galinha perneta e exuberante nos recordam o valor inerente da vida de todos os seres.
Devolvendo-nos o olhar de um porco, permitindo-nos ouvir o mugido suave de uma vaca ou mostrando-nos uma galinha a aprender a usar as asas, Kossakovsky anula qualquer pretensão que pudéssemos ter de ser únicos na nossa capacidade para a emoção, a consciência ou a vontade.
Mergulhando a fundo na vida destes animais, amplamente vividas em alegria e dor, torna-se incontornável a noção de que humanidade deve implementar rapidamente as grandes mudanças necessárias para acabar com a exploração em massa dos animais nossos semelhantes.
“Para mim, a essência do cinema é mostrar, não dizer. Eu não faço filmes para impor uma opinião aos espectadores. Eu faço filmes para mostrar algo que quero que as pessoas vejam e que lhes permita chegar às suas próprias conclusões. (…) Com Gundaquero que as pessoas vejam esses animais como seres sencientes e incentivo-as a pensar sobre a possibilidade da sua consciência e individualidade. Por estes motivos, sinto que este é o filme mais pessoal e importante que fiz como cineasta e como um ser humano”,lê-se nas notas do realizador.