Na próxima quinta-feira, 26 de outubro, vai estrear nas salas de cinema portuguesas o documentário “Marcha Sobre Roma” (Marcia su Roma), uma produção italiana realizada pelo cineasta norte-irlandês Mark Cousins, centrada na tomada do poder pelos fascistas na Itália no ano de 1922.
O filme, que foi exibido fora de competição no Festival de Veneza 2022, aborda a forma como o fascismo distorce a verdade, manipula a opinião pública e promove a sua própria narrativa, baseado num arquivo pouco visto e a sua análise caracteristicamente cinematográfica, narrando a ascensão do fascismo na Itália e as suas consequências na Europa dos anos 30.
A Marcha sobre Roma aconteceu há mais de cem anos (28 de outubro de 1922), quando milhares de militantes do Fasci Italiani di Combattimento, um grupo paramilitar que foi legalizado como partido político, o Partido Nacional Fascista (PNF), liderado por Benito Mussolini, iniciaram uma marcha com característica de golpe de estado.
Tanto filme ensaio quanto documento histórico, Cousins contextualiza a história através do agora, segurando um espelho para uma paisagem política preenchida por uma extrema-direita rastejante e a manipulação dos media, mostrando como filmagens manipuladas alteram a realidade, com mensagens de heroísmo, força e patriotismo.
No documentário também aparecem imagens com líderes populistas da atualidade, incluíndo Donald Trump, o ex-presidente dos EUA, Giorgia Meloni, a primeira-ministra de Itália do partido de direita Fratelli d’Italia, Marine Le Pen, líder do Rassemblement National, o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, o primeiro-ministro húngaro Viktor Orban e Vladimir Putin, o atual presidente da Rússia.
No filme, que chega aos cinemas nacionais através da Films4You, podemos ainda ouvir a voz de Mark Cousins a comentar que são “novos atores que estão a desempenhar papéis em consonância com o legado fascista”. Assista ao trailer de “A Marcha Sobre Roma”: