“Uma fotografia velha, de 36 anos. A mão dele no meu ombro. Bênção, dádiva.
Depois, uma longa história de mais de quatro décadas de amizade, admiração e aprendizagem. Uma viagem ao cinema de Oliveira, ao seu método, ao seu modo de filmar, às suas prodigiosas invenções cinematográficas.
Mais de um século de vida, mais de um século de cinema, todo o cinema. A sorte e o saber dele, a minha sorte. E como, para ele, e agora para mim, documentário e ficção vão de par – de cinema se trata – atrevi-me a filmar uma história magnífica, que o Manoel amava mas que nunca filmou, que deixou para trás.
Como se a mão dele e os seus olhos lá perto de Deus, ou no meio dos Deuses, me conduzissem. Para que, ainda hoje, ele possa, através de mim, continuar a filmar.” (João Botelho)