Cidade do Porto, 1618. A Inquisição intensifica a perseguição a judeus nas cidades portuguesas e espanholas. Muitos cristãos-novos são suspeitos de terem praticado heresias judaicas e vivem com medo, enquanto outros planeiam fugir para Antuérpia e Amesterdão.
Vindo de Coimbra, Sebastião Matos de Noronha, visitador da Inquisição, dirige-se para o Porto, numa carruagem escoltada pela sua guarda. A tensão nas ruas do Porto é esmagadora e reina um clima de incerteza e medo. António Álvares, mercador e filantropo respeitado pelos habitantes do Porto, é o primeiro alvo da visitação.
A fuga para a Flandres parece ser o seu único caminho, mas a sua consciência impede-o de deixar para trás uma comunidade que tanto estima e que pelo seu bem-estar se responsabiliza. Contudo, com a família e a sua comunidade em perigo, António Álvares decide delinear um plano de fuga.