Terminou em Malpartida de Cáceres a 12ª edição do Periferias – Festival Internacional de Cinema de Marvão e Valência de Alcântara, com a atribuição do galardão de melhor filme a “Lindo“, um documentário de Margarida Gramaxo, uma coprodução da Maus da Fita – Film Productions e Santa Rita Filmes.
“Pela forma como a realizadora abrange os objetivos temáticos do festival, as questões sociais e ambientais, mas também considera as emoções e a sua poética, abordando dimensões do mais que humano, “Lindo” consegue tocar-nos de forma experimental e sentimental. Um filme capaz de convocar valores de mensagem social, cultural e humanista…”, foi com estas considerações e com estes elogios que o júri luso-espanhol justificou a sua decisão.

Ao fim de doze anos, o Periferias impõe-se como um dos mais importantes eventos culturais da fronteira hispano-portuguesa. A cerimónia de encerramento teve lugar no Museu Vostell Malpartida, um centro de arte de vanguarda da Europa, onde foi ainda projetado “Anselm – O Som do Tempo“, filme de Wim Wenders.
O Periferias terá tido a sua melhor edição, fazendo o compromisso perfeito entre sessões em locais sem cinema e focando numa programação capaz de mostrar o melhor cinema nas temáticas dos direitos humanos, meio ambiente e artes, voltando a levar a magia da sétima arte a vários lugares emblemáticos da Raia, como Marvão, Valencia de Alcántara, a antiga estação de comboios de Beirã, La Fontañera, um lugar notável, com o ecrã de um lado da fronteira e plateia do outro, a cidade romana de Ammaia, Castelo de Vide, San Vicente de Alcántara e de Alcántara ou Galegos.
Nesta décima segunda edição do Periferias, foram projetados mais de 20 filmes de diferentes géneros, da ficção ao documentário ou animação, de diferentes países, como Alemanha, Brasil, Espanha, Finlândia, Itália, Palestina, Portugal, Espanha, Finlândia, Itália, Palestina, Portugal, São Tomé e Príncipe e Tunísia.
“Lindo”, que foi exibido em estreia mundial no festival Porto/Post/Doc em novembro de 2023, e que deverá estrear em breve nos cinemas portugueses, é a afirmação de uma cineasta portuguesa da nova geração que soube filmar com afeto uma situação de conflito de natureza no Príncipe, evocando o percurso de um caçador de tartarugas marítimas que se tornou um grande protetor desta espécie marítima.
“Durante mais de 20 anos Lindo caçou tartarugas marinhas na Ilha do Príncipe. Depois de um encontro com uma tartaruga inesperadamente dócil, decidiu mudar de vida para começar a proteger o animal contra outros predadores. Agora mergulha no seu passado para procurar as pistas que lançam o debate sobre o futuro da ilha e que passam por uma reflexão sobre o difícil equilíbrio entre o Homem e a Natureza”, lê-se na sinopse oficial.