Depois de “Verão“, um filme musical sobre o rock soviético dos anos 1980, os cinemas portugueses vão receber na próxima quinta-feira, dia 10 de outubro, mais um trabalho do cineasta russo Kirill Serebrennikov, o drama com elementos de ficção científica “A Febre de Petrov“, uma reflexão sobre a condição humana contada através da história de uma família russa alienada.
Adaptado livremente do romance “The Petrovs In and Around the Flu”, de Alexey Salnikov, o filme é protagonizado por Semyon Serzin ao lado de Yuri Kolokolnikov, Chulpan Khamatova, Vladislav Semiletkov e Aleksandr Ilin.
Esta aventura alucinante e com humor pela Rússia pós-soviética desenrola-se numa cidade assolada por uma epidemia de gripe, e narra a jornada alucinatória de Petrov (Salnikov), que enfraquecido por uma febre alta vê-se conduzido pelo seu amigo Igor (Kolokolnikov) numa longa e bêbada viagem. Entre sonhos e realidade, as memórias de infância de Petrov gradualmente ressurgem e se fundem com o presente.

Com a cidade mergulhada numa epidemia, a família Petrov luta por mais um dia num país onde o passado nunca fica para trás, o presente é um sonho febril gelado e alimentado por álcool, cheio de violência e ternura, e onde – sob camadas de normalidade – as coisas se revelam bastante extraordinárias
Nesta história, onde a gripe é sintomática de um país delirante, Serebrennikov pinta um retrato sombrio de uma sociedade desorientada, enterrada sob as ruínas de um império caído. Estreada em 2021, “A Febre de Petrov” foi a primeira longa-metragem de Serebrennikov depois de ter sido libertado de um período de 20 meses de prisão domiciliária, por acusações de peculato forjadas pelo governo.







