Na próxima quinta-feira, dia 30 de janeiro, chega às salas de cinema nacionais “A Semente do Figo Sagrado” (The Seed of the Sacred Fig), um drama que se transforma num thriller de Mohammad Rasoulof, o cineasta iraniano mais perseguido, que depois de várias condenações conseguiu fugir do Irão poucos dias antes da exibição do filme no Festival de Cannes 2024.
Neste seu mais recente trabalho, que é um dos cinco nomeados ao Óscar de Melhor Filme Internacional como representante pela Alemanha, Rasoulof expõe mais uma vez o regime ditatorial do seu país ao retratar a rebelião das mulheres, que cada vez mais se assumem como parte fundamental pela libertação.
A trama do filme leva o espetador até ao outono de 2022, numa altura em que as ruas de Teerão estavam em chamas em protesto contra a morte da jovem iraniana de origem curda Mahsa Amini, após ter sido detida por usar o véu islâmico de forma incorreta e que deu origem ao movimento Mulheres, Vida e Liberdade.
Com as as tensões ao rubro, Iman (Missagh Zareh), um funcionário público, advogado e oficial de justiça, é promovido para o Tribunal Revolucionário de Teerão. No novo cargo, é-lhe atribuída uma arma e começa a ser pressionado pelos superiores para assinar sentenças de morte sem direito a investigação ou julgamento.
Um dia, a arma desaparece de casa. A afronta enfurece Iman, que suspeita da mulher e das duas filhas adolescentes. À medida que as normas sociais começam a ruir à sua volta, as responsabilidades profissionais do juiz começam a afetar a sua pacífica vida familiar.
Utilizando imagens reais dos protestos e da repressão captadas em telemóveis, “A Semente do Figo Sagrado” é um dos filmes a não perder esta semana nos cinemas. Assista ao trailer:
Fotos/Divulgação: © Run Way Pictures