A Academia Portuguesa de Cinema anunciou esta segunda-feira (12), os cinco filmes selecionados para a votação do candidato de Portugal à categoria de Melhor Filme Internacional na 97ª edição dos Óscares, que está agendada para o dia de 2 de março de 2025 em Los Angeles, nos EUA.
O processo de seleção passará agora por um período de votação entre os membros da Academia Portuguesa de Cinema, que decorre de 13 de agosto a 10 de setembro, até à revelação do filme selecionado, que será anunciado a 11 de setembro.
Entre as longas-metragens elegíveis, o comité de pré-seleção, composto pela produtora Andreia Nunes, a realizadora Cristèle Alves Meira, a atriz Binete Undonque, o diretor de fotografia José Tiago, o realizador Luís Galvão Teles, o produtor Pedro Borges, a argumentista Rita Benis, o ator Rui Morrison e o distribuidor Saúl Rafael , selecionou os seguintes filmes:
– “A Flor Do Buriti“, de João Salaviza e Renée Nader Messora
Através dos olhos da filha, Patpro vai percorrer três épocas da história do seu povo indígena, no coração da floresta brasileira. Incansavelmente perseguidos, mas guiados pelos seus ritos ancestrais, pelo seu amor pela natureza e pela sua luta para preservar a liberdade, os Krahô reinventam diariamente novas formas de resistência.
– “Grand Tour“, de Miguel Gomes
Rangum, Birmânia, 1918. Edward, um funcionário público do Império Britânico, foge da noiva Molly no dia em que ela chega para o casamento. Nas suas viagens, porém, o pânico dá lugar à melancolia. Contemplando o vazio da sua existência, o cobarde Edward interroga-se sobre o que terá acontecido a Molly… Desafiada pelo impulso de Edward e decidida a casar-se com ele, Molly segue o rasto do noivo em fuga através deste Grand Tour asiático.
– “Manga d’Terra“, de Basil da Cunha
Uma jovem mulher cabo-verdiana deixa os filhos na sua terra natal e parte rumo a Lisboa, na esperança de lhes poder dar uma vida melhor. Num quotidiano controlado por gangues de rua e dominado pela violência policial, é através da música e junto das mulheres da sua comunidade que vai encontrar conforto.
– “O Teu Rosto Será O Último“, de Luís Filipe Rocha
Duarte pode vir a ser um pianista excecional, mas não está preparado para receber esse dom. Apesar de encorajado por uma mãe luminosa e um professor inspirador, Duarte cresce dividido entre a beleza da criação artística e a dolorosa história familiar marcada pela ditadura e a guerra colonial. Podemos ser quem queremos ser, mesmo com o coração pesado?
– “O Vento Assobiando Nas Gruas“, de Jeanne Waltz
Baseado no romance homónimo de Lídia Jorge, O Vento Assobiando nas Gruas narra a história de Milene, uma rapariga singular que se vê confrontada com a morte da avó na sua fábrica de conservas. Atormentada com a perda, acaba por encontrar carinho e amor junto de uma família cabo-verdiana que vive na fábrica abandonada. A sua família regressa de férias e Milene enfrenta o estigma e o preconceito, num confronto entre classes que expõe o passado recente de Portugal e as suas feridas ainda por sarar.
Esta é mais uma tentativa de Portugal quebrar o recorde negativo que detém como o país que mais vezes submeteu filmes à categoria, anteriormente designada como Melhor Filmes em Língua Estrangeira. Desde 1980, nunca o filme português chegou às nomeações.