Esta segunda-feira, dia 5 de agosto, pelas 22:15h, em sessão dupla, o Canal História vai estrear “As Serviçais de Hitler” (Hitler’s Handmaidens), uma série documental que explora o papel frequentemente subestimado das mulheres na Alemanha Nazi e como algumas delas apoiaram ativamente Adolf Hitler, assumindo papéis de grande relevância no regime.
Ao longo de quatro episódios de sessenta minutos, exibidos nas segundas-feiras de 5, 12 e 19 de agosto, no mesmo horário, a série destaca as histórias de várias mulheres que desempenharam funções significativas no Terceiro Reich, seja como propagandistas, oficiais das SS, médicas ou mesmo esposas de líderes nazis.
Seguindo uma ótica contemporânea, o papel das mulheres nazis ultrapassa a conceção de que seriam observadoras passivas e alheadas, revelando-as em cada episódio como participantes ativas em todos os aspetos da sociedade alemã.
Seja enquanto facilitadoras administrativas ou responsáveis na linha da frente, esta análise moderna do III Reich reflete um partido genocida que não teria chegado ao poder sem o apoio de mulheres ricas e influentes, nem poderia ter levado a cabo as atrocidades que levou sem cúmplices tão solícitas.
O primeiro episódio segue as mulheres do Partido Nazi, que apesar de serem mantidas longe de quaisquer funções de liderança, podiam autodenominar-se Führers Femininos. Promovidas por Hitler e os seus homens para a dianteira do movimento, mulheres como Gertrud Scholtz-Klink, Magda Goebbels, Jutta Rudiger e Leni Reifenstahl estavam incumbidas de fomentar a devoção ao ideal de ‘Kinder, Kuche, Kirche’ – ‘Filhos, Cozinha, Igreja’.
Como esposas de líderes nazis e dirigentes de organizações de raparigas e mulheres, estes Führers Femininos endoutrinavam a próxima geração de boas nazis, destacando a maternidade e a família como os papéis mais importantes que as mulheres poderiam ter no III Reich. Quando o Partido Nazi assumiu o poder, elas eram as rainhas da propaganda, sorrindo alegremente às multidões enquanto os líderes do partido retiravam os direitos às alemãs e as obrigavam a voltar para casa.
Pelas 23:05h vai para o ar “Diabas Nazis”, um episódio que nos leva até aos finais dos anos 30 e que, com o estalar da guerra, as mulheres, a quem fora prometido um futuro como donas de casa e mães, teriam um papel muito mais ativo nas atrocidades do Partido Nazi – algo que a História tem tido dificuldade em aceitar. Lembradas durante décadas como domésticas passivas ou, no máximo, como observadoras alheadas, uma perspetiva moderna revela o papel muito mais sinistro a que as mulheres alemãs se dispuseram, como facilitadoras do Holocausto.
Foram tão responsáveis quanto os homens. Das secretárias que assinavam as sentenças de morte de judeus às guardas dos campos de concentração, passando por assassinas a sangue-frio nos Territórios de Leste ocupados, uma reavaliação da História demonstra que algumas das maiores barbaridades do Holocausto podem ser atribuídas a mulheres como Pauline Kneissler, Hermine Braunsteiner, Liselotte Meier e à Hiena de Auschwitz… Irma Grese. Estas são as Diabas Nazis.
No dia 12 de agosto será exibido o terceiro episódio, “Predadoras e Fantasistas”, que enquadra as Serviçais de Hitler e o papel da mulher em todos os aspetos não só do Partido Nazi como de toda a vida política de Hitler, e no dia 19 estreia o último episódio, “As Amantes de Hitler”, sobre as obsessões proibidas e romances secretos do pervertido e perturbado Führer.