O Canal História estreia esta segunda-feira, dia 26 de agosto, às 22:15h,o documentário histórico “Arnsberg: A Floresta de Extermínio Nazi” (Nazi Killing Fields), uma produção alemã realizada por Marco Irrgang e Max Neidlinger, que relata o que aconteceu numa floresta em março de 1945, numa altura em que, para os alemães, a guerra está perdida há muito tempo.
Em outubro de 2021, foram retomadas as escavações na idílica Floresta de Arnsberg. 77 anos após os horríveis acontecimentos, uma equipa de arqueólogos tenta devolver alguma dignidade aos que lá foram assassinados – recuperando e enterrando as últimas sete vítimas. Mas, uma autoestrada federal passa sobre o local onde foram enterrados pelos seus verdugos e provavelmente nunca conseguirão encontrá-los.
É o prelúdio da reconstituição de um crime de guerra que lança uma sombra negra sobre a era pós-Segunda Guerra Mundial, já que os assassinos só foram julgados décadas depois, as penas brandas e as absolvições foram um escândalo, e a memória do que aconteceu entre 17 e 20 de março de 1945 impediu os Alemães de arrumarem o episódio da guerra.
Este documentário descreve o que sucedeu naquela floresta, recria o desenrolar dos acontecimentos com recurso a reconstituições e imagens de arquivo, e, pela primeira vez, dá voz a testemunhas, e analisa os motivos para o massacre de 208 homens, mulheres e crianças ter passado basicamente impune.
De qualquer modo, as vítimas eram os mais pobres dos pobres: trabalhadores forçados das fábricas já bombardeadas no Ocidente, que já não eram necessários. As pessoas foram obrigadas a cavar as suas próprias sepulturas. Após a invasão dos americanos, os cadáveres foram rapidamente descobertos. Os ocupantes obrigam a população alemã da zona a exumar os mortos e a dar-lhes um enterro decente.
O documentário mostra também que os acontecimentos continuam a ter repercussões nos dias de hoje, quando o neto de um dos principais perpetradores conhece a sobrinha de uma das vítimas, a culpa e o perdão ainda estão em jogo. Décadas de silêncio não conseguiram curar nada. “Pode reprimir, mas não pode esquecer”, diz uma das testemunhas oculares sobreviventes.