Depois de ter sido exibido em antestreia nacional na competição portuguesa do DocLisboa 2023, a produtora Terratreme vai lançar na próxima quinta-feira, dia 7 de março, no circuito comercial o documentário “Clandestina“, a primeira longa-metragem da realizadora Maria Mire.
Esta longa-metragem é baseada no livro “Memórias de uma Falsificadora – A Luta na Clandestinidade pela Liberdade em Portugal”, de Margarida Tengarrinha, uma artista, escritora e professora algarvia, nascida em Portimão em 1928 e que faleceu na mesma cidade aos 95 anos em outubro de 2023.
Tengarrinha foi uma resistente antifascista e antiga deputada, que antes do 25 de Abril, mais precisamente a partir de 1954, viveu clandestinamente em Portugal, depois de ter sido membro da direção Universitária do MUD Juvenil, e aderido ao PCP em 1952 quando tinha 24 anos.
O documentário que aborda as atuais práticas de dissidência política, mergulha no passado e acompanha a vivência de uma jovem artista. Convidada a entrar na clandestinidade em Portugal, na segunda metade do século XX, Margarida Tengarrinha desempenhou um importante papel na resistência antifascista, tornando-se falsificadora por militância política.
“O interesse na realização deste filme prende-se assim tanto com a urgência de tirar da sombra a ação das mulheres que de modo revolucionário combateram neste período negro da história contemporânea portuguesa, assim como o de pensar na dimensão política presente nos pequenos gestos da vida quotidiana”, disse Maria Mire
“Clandestina”, através do anacronismo, é como uma missiva a um tempo por vir, uma premonição da possibilidade trágica de a História se estar a repetir. Assista ao trailer: